Aula 08 (78-82) – Como nos despojar do que há de mau em nós
17 de setembro de 2024
|By Rafael Lura
Voltar para: Curso de Consagração a Nossa Senhora
Herdamos o pecado original e, por isso, nossas melhores ações são ordinariamente manchadas e corrompidas pelo fundo de maldade que há em nós. A fim de nos aproximarmos mais de Deus, devemos despojar-nos destas coisas más. Como fazer isto? É que fazemos através desta devoção.
Acesse agora online o texto do tratado: Tratado da Verdadeira Devoção
Meditações e orações do dia
Vem, ó Espírito Criador, Ave, Estrela do mar
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Vem, ó Espírito Criador,
As almas dos teus visita; Os corações que criaste, Enche de graça infinita. Tu, Paráclito és chamado, Dom do Pai celestial, Fogo, caridade, fonte Viva e unção espiritual. Tu dás septiforme graça; Dedo és da destra paterna; Do Pai, solene promessa, Dás força da voz suprema. Acende a luz para os sentidos, Teu amor no peito acende, Do nosso corpo a fraqueza Com tua força defende. De nós afasta o inimigo. Dá-nos a paz sem demora, Guia-nos, e evitaremos Tudo quanto se deplora. Dá que Deus Pai e seu Filho Por ti nós bem conheçamos, E em ti, Espírito de ambos Em todo tempo creiamos. A Deus Pai se dê a glória E ao Filho ressuscitado, Paráclito e a ti também Com louvor perpetuado. Amém
V. Enviai o vosso espírito, e tudo será criado.
R. E renovareis a face da terra. Oremos: Ó Deus, que instruístes os corações dos vossos fiéis com a luz do Espírito Santo, concedei-nos que no mesmo Espírito conheçamos o que é reto, e gozemos sempre as suas consolações. Por Cristo Nosso Senhor. Amém. voltar ao topo
As almas dos teus visita; Os corações que criaste, Enche de graça infinita. Tu, Paráclito és chamado, Dom do Pai celestial, Fogo, caridade, fonte Viva e unção espiritual. Tu dás septiforme graça; Dedo és da destra paterna; Do Pai, solene promessa, Dás força da voz suprema. Acende a luz para os sentidos, Teu amor no peito acende, Do nosso corpo a fraqueza Com tua força defende. De nós afasta o inimigo. Dá-nos a paz sem demora, Guia-nos, e evitaremos Tudo quanto se deplora. Dá que Deus Pai e seu Filho Por ti nós bem conheçamos, E em ti, Espírito de ambos Em todo tempo creiamos. A Deus Pai se dê a glória E ao Filho ressuscitado, Paráclito e a ti também Com louvor perpetuado. Amém
V. Enviai o vosso espírito, e tudo será criado.
R. E renovareis a face da terra. Oremos: Ó Deus, que instruístes os corações dos vossos fiéis com a luz do Espírito Santo, concedei-nos que no mesmo Espírito conheçamos o que é reto, e gozemos sempre as suas consolações. Por Cristo Nosso Senhor. Amém. voltar ao topo
Ave do mar Estrela,
De Deus Mãe bela,
Sempre Virgem, da morada
Celeste feliz entrada.
Ó tu que ouviste da boca
Do anjo a saudação;
Dá-nos paz e quietação;
E o nome de Eva troca.
As prisões aos réus desata.
E a nós cegos alumia;
De tudo que nos maltrata
Nos livra, o bem nos granjeia.
Ostenta que és Mãe, fazendo
Que os rogos do povo seu
Ouça aquele que, nascendo
Por nós, quis ser Filho teu.
Ó Virgem especiosa,
Toda cheia de ternura,
Extintos nossos pecados,
Dá-nos pureza e brandura.
Dá-nos uma vida pura,
Põe-nos em via segura,
Para que a Jesus gozemos,
E sempre nos alegremos.
A Deus Pai veneremos,
A Jesus Cristo também,
E ao Espírito Santo, demos
Aos três um louvor.
Amém
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Para a aula de hoje leia os pontos do Tratado (78-82) clicando aqui. Ou no texto abaixo.
Artigo III
Devemos despojar-nos do que há de mau em nós
78. Terceira verdade. – Nossas melhores ações são ordinariamente manchadas e
corrompidas pelo fundo de maldade que há em nós. Quando se despeja água limpa e clara
em uma vasilha suja, que cheira mal, ou quando se põe vinho em uma pipa cujo interior
está azedado por outro vinho que aí antes se depositara, a água límpida e o vinho bom
adquirem facilmente o mau cheiro e o azedume dos recipientes. Do mesmo modo, quando
Deus põe no vaso de nossa alma, corrompido pelo pecado original e pelo pecado atual, suas
graças e orvalhos celestiais ou o vinho delicioso de seu amor, estes dons divinos ficam
ordinariamente estragados ou manchados pelo mau germe e mau fundo que o pecado
deixou em nós; nossas ações, até as mais sublimes virtudes, disto se ressentem. É, portanto,
de grande importância, para adquirir a perfeição, que só se consegue pela união com Jesus
Cristo, despojar-nos de tudo que de mau existe em nós. Do contrário, Nosso Senhor, que é
infinitamente puro e odeia infinitamente a menor mancha na alma, nos repelirá e de modo
algum se unirá a nós.
* * *
79. Para despojar-nos de nós mesmos, é preciso conhecer primeiramente e bem, pela luz do
Espírito Santo, nosso fundo de maldade, nossa incapacidade para todo bem, nossa fraqueza
em todas as coisas, nossa inconstância em todo tempo, nossa indignidade de toda graça e
nossa iniqüidade em todo lugar. O pecado de nossos primeiros pais nos estragou
completamente, nos azedou, inchou e corrompeu, como o fermento azeda, incha e
corrompe a massa em que é posto. Os pecados atuais que cometemos, sejam mortais ou
veniais, perdoados que estejam, aumentam em nós a concupiscência, a fraqueza, a
inconstância e a corrupção, deixando maus traços em nossa alma.
Nosso corpo é tão corrompido, que o Espírito Santo (Rom 6, 6; Sl 50, 7) o chama corpo do
pecado, concebido no pecado, nutrido no pecado, e só apto para o pecado, corpo sujeito a
mil e mil males, que se corrompe sempre mais cada dia, e que só engendra a doença, os
vermes, a corrupção.
Nossa alma, unida ao corpo, tornou-se tão carnal, que é chamada carne: “Toda a carne tinha
corrompido o seu caminho” (Gn 6, 12). Toda a nossa herança é orgulho e cegueira no
espírito, endurecimento no coração, fraqueza e inconstância na alma, concupiscência,
paixões revoltadas e doenças no corpo. Somos, naturalmente, mais orgulhosos que os
pavões, mais apegados à terra que os sapos, mais feios que os bodes, mais invejosos que as
serpentes, mais glutões que os porcos, mais coléricos que os tigres e mais preguiçosos que
as tartarugas; mais fracos que os caniços, e mais inconstantes do que um catavento. Tudo
que temos em nosso íntimo é nada e pecado, e só merecemos a ira de Deus e o inferno
eterno.
81. Em segundo lugar, para despojar-nos de nós mesmos, é preciso que todos os dias
morramos para nós, isto é, importa renunciarmos às operações das faculdades da alma e dos
sentidos do corpo, precisamos ver como se não víssemos, ouvir como se não ouvíssemos,
servir-nos das coisas deste mundo como se não o fizéssemos (cf. 1Cor 7, 29-31), o que São
Paulo chama morrer todos os dias: “Quotidie morior” (1Cor 15, 31). “Se o grão de trigo,
caindo na terra, não morrer, fica só, e não produz fruto apreciável: Nizi granum frumenti
cadens in terram mortuum fuerit, ipsum solum manet” (Jo 12, 24-25). Se não morrermos a
nós mesmos, e se as mais santas devoções não nos levarem a esta morte necessária e
fecunda, não produziremos fruto que valha, nossas devoções serão inúteis, todas as nossas
obras de justiça ficarão manchadas por nosso amor-próprio e nossa própria vontade, e Deus
abominará os maiores sacrifícios e as melhores ações que possamos fazer. Na hora da nossa
morte, teremos as mãos vazias de virtudes e méritos, e não brilhará em nós a menor
centelha do puro amor, que só é comunicado às almas mortas a si mesmas, almas cuja vida
está oculta com Jesus Cristo em Deus (Col 3, 3).
82. Em terceiro lugar, é preciso escolher entre todas as devoções à Santíssima Virgem, a
que nos leva com mais certeza a este aniquilamento do próprio eu. Esta será a devoção
melhor e mais santificante, pois é mister reconhecer que nem tudo que luz é ouro, nem tudo
que é doce é mel, e nem tudo que é fácil de fazer e praticar é o mais santificante. Do mesmo
modo que a natureza tem segredos para fazer em pouco tempo, sem muitos gastos e com
facilidade, certas operações naturais, há segredos, na ordem da graça, pelos quais se fazem,
em pouco tempo, com doçura e facilidade, operações sobrenaturais, como despojar-nos de
nós mesmos, encher-nos de Deus, e tornar-nos perfeitos.
A prática que quero revelar é um desses segredos da graça, desconhecido da maior parte
dos cristãos, conhecidos de poucos devotos, praticado e apreciado por um número bem
diminuto. Antes de abordar esta prática, apresento uma quarta verdade que é conseqüência
da terceira.
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