Aula 07 (68-77) – Pertencemos a Jesus Cristo e a Maria na qualidade de escravos
16 de setembro de 2024
|By Rafael Lura
Voltar para: Curso de Consagração a Nossa Senhora
“Antes do Batismo pertencíamos ao diabo como seus escravos”, diz São Luís Maria Grignion de Montfort. Depois do Batismo, somos escravos de Jesus Cristo. Qual o modo mais perfeito de vivermos esta escravidão a Jesus Cristo? É o que veremos nesta aula.
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Meditações e orações do dia
Vem, ó Espírito Criador, Ave, Estrela do mar
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Vem, ó Espírito Criador,
As almas dos teus visita; Os corações que criaste, Enche de graça infinita. Tu, Paráclito és chamado, Dom do Pai celestial, Fogo, caridade, fonte Viva e unção espiritual. Tu dás septiforme graça; Dedo és da destra paterna; Do Pai, solene promessa, Dás força da voz suprema. Acende a luz para os sentidos, Teu amor no peito acende, Do nosso corpo a fraqueza Com tua força defende. De nós afasta o inimigo. Dá-nos a paz sem demora, Guia-nos, e evitaremos Tudo quanto se deplora. Dá que Deus Pai e seu Filho Por ti nós bem conheçamos, E em ti, Espírito de ambos Em todo tempo creiamos. A Deus Pai se dê a glória E ao Filho ressuscitado, Paráclito e a ti também Com louvor perpetuado. Amém
V. Enviai o vosso espírito, e tudo será criado.
R. E renovareis a face da terra. Oremos: Ó Deus, que instruístes os corações dos vossos fiéis com a luz do Espírito Santo, concedei-nos que no mesmo Espírito conheçamos o que é reto, e gozemos sempre as suas consolações. Por Cristo Nosso Senhor. Amém. voltar ao topo
As almas dos teus visita; Os corações que criaste, Enche de graça infinita. Tu, Paráclito és chamado, Dom do Pai celestial, Fogo, caridade, fonte Viva e unção espiritual. Tu dás septiforme graça; Dedo és da destra paterna; Do Pai, solene promessa, Dás força da voz suprema. Acende a luz para os sentidos, Teu amor no peito acende, Do nosso corpo a fraqueza Com tua força defende. De nós afasta o inimigo. Dá-nos a paz sem demora, Guia-nos, e evitaremos Tudo quanto se deplora. Dá que Deus Pai e seu Filho Por ti nós bem conheçamos, E em ti, Espírito de ambos Em todo tempo creiamos. A Deus Pai se dê a glória E ao Filho ressuscitado, Paráclito e a ti também Com louvor perpetuado. Amém
V. Enviai o vosso espírito, e tudo será criado.
R. E renovareis a face da terra. Oremos: Ó Deus, que instruístes os corações dos vossos fiéis com a luz do Espírito Santo, concedei-nos que no mesmo Espírito conheçamos o que é reto, e gozemos sempre as suas consolações. Por Cristo Nosso Senhor. Amém. voltar ao topo
Ave do mar Estrela,
De Deus Mãe bela,
Sempre Virgem, da morada
Celeste feliz entrada.
Ó tu que ouviste da boca
Do anjo a saudação;
Dá-nos paz e quietação;
E o nome de Eva troca.
As prisões aos réus desata.
E a nós cegos alumia;
De tudo que nos maltrata
Nos livra, o bem nos granjeia.
Ostenta que és Mãe, fazendo
Que os rogos do povo seu
Ouça aquele que, nascendo
Por nós, quis ser Filho teu.
Ó Virgem especiosa,
Toda cheia de ternura,
Extintos nossos pecados,
Dá-nos pureza e brandura.
Dá-nos uma vida pura,
Põe-nos em via segura,
Para que a Jesus gozemos,
E sempre nos alegremos.
A Deus Pai veneremos,
A Jesus Cristo também,
E ao Espírito Santo, demos
Aos três um louvor.
Amém
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Para a aula de hoje leia os pontos do Tratado (68-77) clicando aqui. Ou no texto abaixo.
Artigo II
Pertencemos a Jesus Cristo e a Maria na qualidade de escravos
68. Segunda verdade. – Do que Jesus é para nós, concluímos que não nos pertencemos,
como diz o apóstolo (1Cor 6, 19), e sim a ele, inteiramente, como seus membros e seus
escravos, comprados que fomos por um preço infinitamente caro, o preço de seu sangue.
Antes do batismo o demônio nos possuía como escravos, e o batismo nos transformou em
escravos de Jesus Cristo e só devemos viver, trabalhar e morrer para produzir frutos para o
homem-Deus (Rom 7, 4), glorificá-lo em nosso corpo e fazê-lo reinar em nossa alma, pois
somos sua conquista, seu povo adquirido, sua herança. Pelo mesmo motivo o Espírito Santo
nos compara24: 1º a árvores plantadas ao longo das águas da graça, nos campos da Igreja,
árvores que devem dar seus frutos no tempo adequado; 2º aos galhos de uma videira de que
Jesus Cristo é o tronco, e que devem produzir boas uvas; 3º a um rebanho cujo pastor é
Jesus, e esse rebanho deve multiplicar-se e dar leite; 4º a uma boa terra de que Deus é o
lavrador, e na qual a semente se multiplica, rendendo trinta, sessenta, cem vezes mais. Jesus
amaldiçoou a figueira estéril (Mt 21, 19) e declarou condenado o servo inútil que n ao
fizera valer o seu talento (Mt 25, 24-30). Tudo isso nos prova que Jesus Cristo quer receber
alguns frutos de nossas mesquinhas pessoas: quer receber nossas boas obras, porque as
boas obras lhe pertencem exclusivamente: “Creati in operibus bonis in Christo Iesu –
Criados em Jesus Cristo para boas ações” (Ef 2, 10). Essas palavras do Espírito Santo
mostram que Jesus Cristo é o único fim de todas as nossas boas obras, e que devemos servilo
não somente como servidores assalariados, mas como escravos de amor. Explico-me.
* * *
69. Há duas maneiras, aqui na terra, de alguém pertencer a outrem e de depender de sua
autoridade. São a simples servidão e a escravidão, donde a diferença que estabelecemos
entre servo e escravo.
Pela servidão, comum entre os cristãos, um homem se põe a serviço de outro por um certo
tempo, recebendo determinada quantia ou recompensa.
Pela escravidão, um homem depende inteiramente de outro durante toda a vida, e deve
servir a seu senhor, sem esperar salário nem recompensa alguma, como um dos animais
sobre que o dono tem direito de vida e morte.
70. Há três espécies de escravidão: por natureza, por constrangimento e por livre vontade.
Por natureza, todas as criaturas são escravas de Deus: “Domini est terra et plenitudo eius”
(Sl 23, 1). Os demônios e os réprobos são escravos por constrangimento; e os justos e os
santos o são por livre e espontânea vontade. A escravidão voluntária é a mais perfeita, a
mais gloriosa aos olhos de Deus, que olha o coração (1Rs 16, 7), que pede o coração (Prov
23, 26) e que é chamado o Deus do coração (Sl 72, 26) ou da vontade amorosa, porque, por
esta escravidão, escolhe-se, sobre todas as coisas, a Deus e seu serviço, ainda quando não o
obriga a natureza.
71. A diferença entre um servo e um escravo é total:
1º Um servo não dá a seu patrão tudo o que é, tudo o que possui ou pode adquirir por
outrem ou por si mesmo; mas um escravo se dá integralmente a seu senhor, com tudo o que
possui ou possa adquirir, sem nenhuma exceção.
2º O servo exige salário pelos serviços que presta a seu patrão; o escravo, porém, nada pode
exigir, seja qual for a assiduidade, a habilidade, a força que empregue no trabalho.
3º O servo pode deixar o patrão quando quiser, ou ao menos quando expirar o tempo de
serviço, mas o escravo não tem esse direito.
4º O patrão não tem sobre o servo direito algum de vida e de morte, de modo que, se o
matasse como mata um se seus animais de carga, cometeria um homicídio; mas, pelas leis,
o senhor tem sobre o escravo o poder de vida e morte26; de modo que pode vendê-lo a quem
o quiser ou matá-lo, como, sem comparação, o faria a seu cavalo.
26) A lei natural, a lei mosaica e as leis modernas não reconhecem tal direito, a não ser por
um mandato especial do soberano Senhor da vida e da morte. O bem-aventurado se coloca
aqui simplesmente do ponto de vista do fato, conforme as leis civis dos países em que
vigorava a escravidão (cf. Secret de Marie, p. 34). Abstraindo da moralidade do ato, seu fito
é mostrar, por um exemplo, a total dependência de que fala.
5º O servo, enfim, só por algum tempo fica a serviço de um patrão, enquanto o escravo o é
para sempre.
* * *
72. Só a escravidão, entre os homens, põe uma pessoa na posse e dependência completa de
outra. Nada há, do mesmo modo, que mais absolutamente nos faça pertencer a Jesus Cristo
e a sua Mãe Santíssima do que a escravidão voluntária, conforme o exemplo do próprio
Jesus Cristo, que, por nosso amor, tomou a forma de escravo: “Formam servi accipiens”
(Filip 2, 7), e da Santíssima Virgem, que se declarou a escrava do Senhor (Lc 1, 38). O
apóstolo honra-se várias vezes em suas epístolas com o título de “servus Christi”.27 A
Sagrada Escritura chama muitas vezes os cristãos de “servi Christi”, e esta palavras
“servus”, conforme a observação acertada de um grande homem, significava, outrora,
apenas escravo, pois não existiam servos como os de hoje, e os ricos só eram servidos por
escravos ou libertos. E para que não haja a menor dúvida de que somos escravos de Jesus
Cristo, o Concílio de Trento usa a expressão inequívoca “mancipia Christi” e no-lo aplica:
escravos de Jesus Cristo.
73. Digo que devemos pertencer a Jesus Cristo e servi-lo, não só como servos mercenários,
mas como escravos amorosos, que, por efeito de um grande amor, se dedicam a servi-lo
como escravos, pela honra exclusiva de lhe pertencer. Antes do batismo, éramos escravos
do demônio; o batismo nos fez escravos de Jesus Cristo. Importa, pois, que os cristãos
sejam escravos ou do demônio ou de Jesus Cristo.
74. O que digo absolutamente de Jesus Cristo, digo-o também da Virgem Maria, pois Jesus
Cristo, escolhendo-a para sua companheira inseparável na vida, na morte, na glória, em seu
poder no céu e na terra, deu-lhe pela graça, relativamente à sua majestade, os mesmos
direitos e privilégios que ele possui por natureza. “Quidquid Deo convenit per naturam,
Mariae convenit per gratiam... – Tudo que convém a Deus pela natureza, convém a Maria
pela graça”, dizem os santos. Assim, conforme este ensinamento, pois que ambos têm a
mesma vontade e o mesmo poder, têm também os mesmos súditos, servos e escravos.
75. Podemos, portanto, seguindo a opinião dos santos e de muitos doutos, dizer-nos e fazernos
escravos da Santíssima Virgem, para deste modo nos tornarmos mais perfeitamente
escravos de Jesus Cristo.29 A Santíssima Virgem é o meio de que Nosso Senhor se serviu
para vir até nós; e é o meio de que nos devemos servir para ir a ele.30 Bem diferente é ela
das outras criaturas, as quais, se a elas nos apegarmos, poderão antes afastar-nos que
aproximar-nos de Deus. A mais forte inclinação de Maria é unir-nos a Jesus Cristo, seu
divino Filho; e a mais forte inclinação do Filho é que vamos a ele por meio de sua Mãe
Santíssima. E isto é para ele tanta honra e prazer, como seria para um rei honra e prazer, se
alguém, para tornar-se mais perfeitamente seu escravo, se fizesse escravo da rainha. Eis por
que os Santos Padres, e São Boaventura com eles, dizem que a Santíssima Virgem é o
caminho para chegar a Nosso Senhor: “Via veniendi ad Christum est appropinquare ad
illam”.
76. Além disso, se a Virgem Santíssima, como já disse (v. nº 38), é a rainha e soberana do
céu e da terra – “Imperio Dei omnia subiciuntur et Deus”, dizem Santo Anselmo, São
Bernardo, São Boaventura – não possui ela tantos súditos e escravos quantas criaturas
existem?33 Não é razoável que, entre tantos escravos por constrangimento, haja alguns por
amor, que de boa vontade e na qualidade de escravos, escolham Maria para sua soberana?
Pois então os homens e os demônios terão seus escravos voluntários e Maria não há de têlos?
Seria desonra para um rei se a rainha, sua companheira, não possuísse escravos sobre
os quais tivesse direito de vida e morte, pois a honra e o poder do rei são a honra e o
poder da rainha; e pode-se acreditar que Nosso Senhor, o melhor de todos os filhos, que deu
a sua Mãe Santíssima parte de todo o seu poder, considere um mal ter ela escravos? Terá
ele menos respeito e amor a sua Mãe do que teve Assuero a Éster e Salomão a betsabé?
Quem ousaria dizê-lo ou pensá-lo sequer?
77. Mas onde me leva minha pena? Por que me detenho aqui a provar uma coisa tão
evidente? Se alguém recusa confessar-se escravo de Maria, que importa? Que se faça e diga
escravo de Jesus Cristo. É o mesmo que ser escravo da Santíssima Virgem, pois Jesus é o
fruto e a glória de Maria. e isto se faz perfeitamente pela devoção de que falaremos a
seguir.
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