Aula 18 (159-168) – Caminho seguro de Jesus e da vida eterna

Hoje nos deteremos em considerar a prática exposta por São Luís Grignion como o “caminho seguro, que nos conduz a Jesus Cristo e à vida eterna”. Podemos estar certos de trilhar a via certa? Para demonstrá-lo, bastaria dizer que foi o caminho traçado e percorrido por Jesus Cristo. O Santo apresenta diversos argumentos de autoridade e confirma com exemplos que não há caminho mais seguro que este.

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Meditações e orações do dia

“Ladainha do Espirito Santo”, “Ave, Estrela do mar”

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Senhor, tende piedade de nós.
Jesus Cristo, tende piedade de nós.
R. Senhor, tende piedade de nós.

Divino Espírito Santo, ouvi-nos.
Espírito Paráclito, atendei-nos.

Deus Pai dos céus, tende piedade de nós.
Deus Filho Redentor do mundo, tende piedade de nós.
Deus Espírito Santo, tende piedade de nós.
Santíssima Trindade, que sois um só Deus, tende piedade de nós.

Espírito da verdade, tende piedade de nós.
Espírito da sabedoria, tende piedade de nós.
Espírito da inteligência, tende piedade de nós.
Espírito da fortaleza, tende piedade de nós.
Espírito da piedade, tende piedade de nós.
Espírito do bom conselho, tende piedade de nós.
Espírito da ciência, tende piedade de nós.
Espírito do santo temor, tende piedade de nós.
Espírito da caridade, tende piedade de nós.
Espírito da alegria, tende piedade de nós.
Espírito da paz, tende piedade de nós.
Espírito das virtudes, tende piedade de nós.
Espírito de toda graça, tende piedade de nós.
Espírito da adoção dos filhos de Deus, tende piedade de nós.
Purificador das nossas almas, tende piedade de nós.
Santificador e guia da Igreja Católica, tende piedade de nós.
Distribuidor dos dons celestes, tende piedade de nós.
Conhecedor dos pensamentos e das intenções do coração, tende piedade de nós.
Doçura dos que começam a Vos servir, tende piedade de nós.
Coroa dos perfeitos, tende piedade de nós.
Alegria dos Anjos, tende piedade de nós.
Luz dos Patriarcas, tende piedade de nós.
Inspiração dos Profetas, tende piedade de nós.
Palavra e sabedoria dos Apóstolos, tende piedade de nós.
Vitória dos Mártires, tende piedade de nós.
Ciência dos Confessores, tende piedade de nós.
Pureza das Virgens, tende piedade de nós.
Unção de todos os Santos, tende piedade de nós.

Sede-nos propício,
R. perdoai-nos, Senhor.
Sede-nos propício,
R. atendei-nos, Senhor.

De todo o pecado, livrai-nos, Senhor.
De todas as tentações e ciladas do demônio, livrai-nos, Senhor.

De toda presunção e desesperação, livrai-nos, Senhor.
Do ataque à verdade conhecida, livrai-nos, Senhor.
Da inveja da graça fraterna, livrai-nos, Senhor.
De toda obstinação e impenitência, livrai-nos, Senhor.
De toda negligência e torpor do espírito, livrai-nos, Senhor.
De toda impureza da mente e do corpo, livrai-nos, Senhor.
De todas as heresias e erros, livrai-nos, Senhor.
De todo mau espírito, livrai-nos, Senhor.
Da morte má e eterna, livrai-nos, Senhor.
Pela vossa eterna procedência do Pai e do Filho, livrai-nos, Senhor.
Pela milagrosa conceição do Filho de Deus, livrai-nos, Senhor.
Pela vossa descida sobre Jesus Cristo batizado, livrai-nos, Senhor.
Pela vossa santa aparição na transfiguração do Senhor, livrai-nos, Senhor.
Pela vossa vinda sobre os discípulos do Senhor, livrai-nos, Senhor.
No dia do juízo, livrai-nos, Senhor.

Ainda que pecadores, nós Vos rogamos, ouvi-nos.
Para que nos perdoeis, nós Vos rogamos, ouvi-nos.
Para que Vos digneis vivificar e santificar todos os membros da Igreja, nós Vos rogamos, ouvi-nos.
Para que Vos digneis conceder-nos o dom da verdadeira piedade, devoção e oração, nós Vos rogamos, ouvi-nos.
Para que Vos digneis inspirar-nos sinceros afetos de misericórdia e de caridade, nós Vos rogamos, ouvi-nos.
Para que Vos digneis criar em nós um espírito novo e um coração puro, nós Vos rogamos, ouvi-nos.
Para que Vos digneis conceder-nos verdadeira paz e tranquilidade do coração, nós Vos rogamos, ouvi-nos.
Para que nos façais dignos e fortes para suportar as perseguições pelo amor à justiça, nós Vos rogamos, ouvi-nos.
Para que Vos digneis confirmar-nos em vossa graça, nós Vos rogamos, ouvi-nos.
Para que nos recebais no número dos vossos eleitos, nós Vos rogamos, ouvi-nos.
Para que Vos digneis atender-nos, nós Vos rogamos, ouvi-nos.
Espírito de Deus, nós Vos rogamos, ouvi-nos.

Cordeiro de Deus, que tirais o pecado do mundo,
R. enviai-nos o Espírito Santo.
Cordeiro de Deus, que tirais o pecado do mundo,
R. mandai-nos o Espírito prometido do Pai.
Cordeiro de Deus, que tirais o pecado do mundo,
R. dai-nos o Espírito bom.

Espírito Santo, ouvi-nos.
Espírito Consolador, atendei-nos.
V. Enviai o vosso Espírito e tudo será criado,
R. e renovareis a face da terra.

Oremos: Ó Deus, que instruístes os corações
dos vossos fiéis, com a luz do Espírito Santo,
concedei-nos que no mesmo Espírito conheçamos o que é reto, e gozemos sempre as suas consolações.
Por Cristo, Nosso Senhor.

Amém.

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Ave do mar Estrela,
De Deus Mãe bela,
Sempre Virgem, da morada
Celeste feliz entrada.

Ó tu que ouviste da boca
Do anjo a saudação;
Dá-nos paz e quietação;
E o nome de Eva troca.

As prisões aos réus desata.
E a nós cegos alumia;
De tudo que nos maltrata
Nos livra, o bem nos granjeia.

Ostenta que és Mãe, fazendo
Que os rogos do povo seu
Ouça aquele que, nascendo
Por nós, quis ser Filho teu.

Ó Virgem especiosa,
Toda cheia de ternura,
Extintos nossos pecados,
Dá-nos pureza e brandura.

Dá-nos uma vida pura,
Põe-nos em via segura,
Para que a Jesus gozemos,
E sempre nos alegremos.

A Deus Pai veneremos,
A Jesus Cristo também,
E ao Espírito Santo, demos
Aos três um louvor.

Amém

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Para a aula de hoje leia os pontos do Tratado (159-168) clicando aqui. Ou no texto abaixo.

§ IV. Esta devoção é um caminho seguro.

159. Esta devoção à Santíssima Virgem é um caminho seguro para irmos a Jesus Cristo e adquirirmos a perfeição, unindo-nos a ele:
1º Porque esta prática, preconizada por mim, não é nova; é tão antiga, que não se pode, como diz Boudon60, em um livro que escreveu sobre esta devoção, determinar-lhe com toda a precisão os começos. Em todo caso é certo que há mais de 700 anos encontram-se vestígios dela na Igreja.61
60) Henri-Marie Boudon, doutor em teologia, falecido em odor de santidade, em 1702, como arcediago de Evreux. Autor do livro intitulado “A santa escravidão da admirável Mãe de Deus”, e de outras obras, todas impregnadas de uma ardente devoção à Santíssima Virgem.
61) O santo rei Dagoberto II (século VII) consagrou-se assim à Santíssima Virgem, na qualidade de escravo (cit. por Kronenburg in “Maria’s Heerlikheid”, 1, 98). O mesmo fez o Papa João VII (701-707). Santo Odilon, abade de Cluni, que viveu cerca do ano 1040 foi um dos primeiros que a praticaram na França, conforme está anotado em sua vida. O cardeal Pedro Damião62 refere que em 1016 o bem-aventurado Marinho, seu irmão, se fez escravo da Santíssima Virgem, em presença de seu diretor e de um modo bem edificante: pôs a corda ao pescoço, tomou a disciplina, e depositou sobre o altar uma quantia de dinheiro como sinal do seu devotamento e consagração à Santíssima Virgem; e assim continuou tão fielmente, que, na hora da morte, mereceu ser visitado e consolado por sua boa Soberana, de cujos lábios recebeu as promessas do paraíso em recompensa de seus serviços.
62) Declarado “doutor da Igreja” por Leão XIII. Cesário Bollando menciona um ilustre cavaleiro, Vautier de Birbak, parente chegado dos duques de Lovaina, que, aí pelo ano 1300 fez esta consagração à Santíssima Virgem.

160. O padre Simão de Roias da Ordem da Trindade, também chamada da redenção dos cativos, pregador do rei Filipe III, pôs em voga esta devoção em toda a Espanha (em 1611) e na Alemanha63; a instâncias de Filipe III, obteve de Gregório XV grandes indulgências para aqueles que a praticassem.
63) O próprio imperador Fernando II fez esta consagração com toda a sua corte, em 1640. O padre de Los Rios, da Ordem de S. Agostinho, aplicou-se com seu íntimo amigo, o padre de Roias, a espalhar esta devoção por toda a Espanha e Alemanha, o que fez por seus escritos e pregações. Compôs um grosso volume intitulado “Hierarquia Mariana”64, no qual trata com piedade e erudição, da antiguidade, da excelência e da solidez desta devoção.
64) Editado em Antuérpia em 1641.

161. Os reverendos padres teatinos estabeleceram esta devoção na Itália, na Sicília e na Sabóia, no século 17. O rev. Padre Estanislau Falácio, da Companhia de Jesus, incrementou maravilhosamente esta devoção na Polônia.65
65) O rei da Polônia Wladislaf encarregou os jesuítas de pregá-la em seu reino. O rev. Padre Cornélio a Lápide, recomendável tanto por sua piedade como por seu profundo saber, tendo recebido de vários bispos e teólogos a incumbência de dar seu parecer sobre esta devoção, examinou-a acuradamente e teceu-lhe louvores dignos de sua piedade, e seu exemplo foi seguido por muitas outras pessoas importantes. Os reverendos padres Jesuítas, sempre zelosos do serviço da Santíssima Virgem, apresentaram ao duque Fernando da Baviera, em nome dos congreganistas de Colônia, um pequeno tratado desta devoção.66 O duque, que era, então arcebispo de Colônia, deu-lhe sua aprovação e a permissão de imprimi-lo, exortando todos os curas e religiosos de sua diocese de propagar, quanto pudessem, esta sólida devoção.
66) Intitulado “Mancipium Virginis” – A escravidão da Virgem. Colônia, 1634.

162. O cardeal de Bérulle, cuja memória é abençoada por toda a França, foi um dos mais zelosos em espalhar esta devoção, apesar de todas as calúnias e perseguições que lhe levantaram e moveram os críticos e os libertinos. Acusaram-nos de inventar novidade e superstição; escreveram e publicaram contra ele um panfleto difamatório, e serviram-se, ou antes o demônio, por seu ministério, de mil estratagemas para impedi-lo de divulgar na França esta devoção. Mas o grande e santo homem só opôs a suas calúnias uma inalterável paciência, e às suas objeções, contidas no tal libelo, um pequeno escrito em que as refuta energicamente, demonstrando que esta devoção é fundada no exemplo de Jesus Cristo, nas obrigações que lhe devemos, e nos votos que fizemos no santo batismo, e é especialmente com esta última razão que ele fecha a boca a seus adversários, fazendo ver que esta consagração à Santíssima Virgem e a Jesus Cristo por suas mãos, nada mais é que uma perfeita renovação das promessas do batismo. Diz, enfim, muitas coisas belas que se podem ler nas suas obras.

163. No livro de Boudon, já citado (n. 159), encontra-se os nomes dos Papas que aprovaram esta devoção, dos teólogos que a examinaram, pode-se ler das perseguições que lhe suscitaram e que venceu, e dos milhares de pessoas que a abraçaram, sem que jamais Papa algum a tenha condenado; nem seria possível fazê-lo sem derrubar os fundamentos do cristianismo. Fica, portanto, de pé que esta devoção não é nova, e que não é comum, por ser preciosa demais para ser apreciada e praticada por todo mundo. * * *

164. 2º Esta devoção é um meio seguro para ir a Jesus Cristo, porque pertence à Santíssima Virgem e lhe é próprio conduzir-nos a Jesus Cristo, como compete a Jesus Cristo conduzirnos ao Pai celestial. E não creiam erroneamente as pessoas espirituais que Maria seja um empecilho no caminho que conduz à união divina. Pois seria possível que aquela que achou graça diante de Deus para o mundo todo em geral, e para cada uma em particular, fosse um empecilho a uma alma que busca a grande graça da união com ele? Seria possível que aquela que tem sido cheia e superabundante de graças, e tão unida e transformada em Deus, a ponto de ele encarnar-se nela, impedisse uma alma de ficar perfeitamente unida a Deus? É verdade que a vista de outras criaturas, ainda que santas, poderia, talvez, em certos tempos, retardar a união divina; mas não Maria, como já disse e direi sempre sem me cansar. Uma das razões por que tão poucas almas atingem a plenitude da idade de Jesus Cristo, é que Maria, a Mãe do Filho e a Esposa do Espírito Santo, não está suficientemente formada nos corações. Quem quiser o fruto bem maduro e formado deve ter a árvore que a produz; quem quer possuir o fruto de vida, Jesus Cristo, deve ter a árvore da vida, que é Maria. Quem quiser ter em si a operação do Espírito Santo, deve ter sua Esposa fiel e inseparável, Maria Santíssima, que o torna fértil e fecundo, como já dissemos alhures (nn. 20-21).

165. Persuadi-vos, portanto, de que quanto mais contemplardes Maria em vossas orações, meditações, ações e sofrimentos, se não de um modo distinto e perceptível, ao menos geral e imperceptível, tanto mais perfeitamente encontrareis Jesus Cristo, que, com Maria, é sempre grande, poderoso, ativo e incompreensível, e muito mais que no céu e em qualquer criatura do universo. Assim, Maria Santíssima, toda abismada em Deus, esta longe de tornar-se um obstáculo aos perfeitos no seu caminho para chegar à união com Deus, e, bem ao contrário, não houve até hoje, nem haverá nunca criatura que nos auxilie mais eficazmente do que ela nesta grande obra, seja pelas graças que para este efeito vos comunicará, pois ninguém fica cheio do pensamento de Deus se não for por ela, diz um santo67: “Nemo cogitatione Dei repletur nisi per te”; seja pelas ilusões e trapaças do espírito maligno contra o qual ela vos garantirá.
67) São Germano de Constantinopla (Sermo 2 in Dormit.).

166. Onde está Maria, não entra o espírito maligno; e um dos sinais mais infalíveis de que se está sendo conduzido pelo bom espírito, é a circunstância de ser muito devoto de Maria, de pensar nela muitas vezes, e de falar-lhe freqüentemente. É esta a opinião de um santo68 que acrescenta que, como a respiração é sinal inconfundível de que o corpo não está morto, o pensamento assíduo e a invocação amorosa de Maria é um sinal certo de que a alma não está morta pelo pecado.
68) Idem: Orat. in Encaenia veneranda aedis B. V.

167. Maria sozinha esmagou e exterminou as heresias, diz a Igreja com o Espírito Santo que a conduz: “Sola cunctas haereses interemisti in universo mundo”69; e embora os críticos resmunguem contra esta afirmação, jamais um fiel devoto de Maria cairá na heresia ou na ilusão, pelo menos formal; poderá errar materialmente, tomar a mentira por verdade, e o espírito maligno pelo bom, e isto mesmo não tão facilmente como outro qualquer. Mais cedo ou mais tarde, porém, reconhecerá sua falta e seu erro material, e, quando o reconhecer, não teimará de modo algum em crer e sustentar o que tomara por verdade.
69) Ofício da Santíssima Virgem, 1ª antífona do 3º noturno. * * *

168. Qualquer pessoa, portanto, sem receio de ilusão comum às pessoas de oração, que quiser avançar no caminho da perfeição e achar segura e perfeitamente Jesus Cristo, abrace de todo o coração, “corde magno et animo volenti” (2Mac 1, 3), esta devoção à Santíssima Virgem, que talvez ainda desconheça. Entre neste caminho excelente que não conhecia e que eu lhe mostro (1Cor 12,31). É um caminho trilhado por Jesus Cristo, a Sabedoria encarnada, nosso único chefe. Os fiéis que o trilharem não podem estar enganados. É um caminho fácil devido à plenitude da graça e da unção do Espírito Santo, de que está cheio: ninguém, que marche neste caminho, se cansa, nem recua. É um caminho curto que em pouco tempo nos leva a Jesus Cristo. É um caminho perfeito, onde não há lama, nem poeira, nem a menor sujeira do pecado. É, enfim, um caminho seguro que, de um modo reto e garantido, sem voltas para a direita ou para a esquerda, nos conduz a Jesus Cristo e à vida eterna. Entremos, portanto, neste caminho, e marchemos dia e noite, até a plenitude da idade de Jesus Cristo (cf. Ef. 4, 13).

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