A santidade em S. Tomás de Aquino: religião, pureza e firmeza

Resumo da palestra

No âmbito das comemorações do sétimo centenário da canonização de Tomás de Aquino, convém perguntar: o que seria propriamente a santidade para ele?

Tal temática não é nova. De fato, sabe-se que o homem é intrinsecamente religioso: homo religiosus. Por isso, desde sempre procurou dar respostas a como melhor lidar com a própria vida e sua relação com o divino.

Embora a busca de fazer o bem e evitar o mal seja inerente à lei natural, inserida no coração humano, há grande diversidade de opiniões sobre o que seria propriamente a santidade ou, dito de outro modo, a posse da perfeição. Os autores de espiritualidade oferecem distintas respostas.

Ora, para entender o que o Doutor Angélico entende por santidade, convém recuar um passo atrás e analisar como outros autores, antigos e contemporâneos, a conceitualizaram. A intenção deste trabalho é apresentar alguns reducionismos sobre a santidade, bem como diversas teorias válidas, embora incompletas, para assim buscar responder à questão: o que é propriamente “ser santo”?

No âmbito da Filosofia da Religião, é famosa a passagem em que Tomás de Aquino, na Summa Theologiae II-II (q. 81, a. 8) identifica a religião à santidade. Pois bem, em que sentido seriam elas convergentes?

É também conhecida a análise etimológica das palavras ἅγιος e sanctus, que aportam dois ângulos essenciais para entender a santidade, a saber: a pureza e a firmeza.

Pois bem, o artigo procurará responder se, de fato, o Aquinate tem razão em conceitualizar a santidade sob essas duas vertentes. Seria ele próprio um reducionista ou, na realidade, estaria ele penetrando no âmago do conceito de santidade? Para responder a essa pergunta, será preciso recorrer a todo o Corpus Thomisticum para individuar o real sentido de pureza e de firmeza e como podem se aplicar ao conceito de santidade.

Por fim, procurar-se-á responder a essas questões à medida que emergirem, bem como oferecer uma reflexão pessoal sobre cada um dos assuntos, equilibrando a filosofia com os aportes da Revelação Cristã, pois é sobre ela que nosso autor constantemente se apoia.

Palavras-chave: santidade, religião, pureza, firmeza.

 

Padre Felipe de Azevedo Ramos, EP

Formado em Teologia e Doutor em Filosofia pela Pontificia Università San Tommaso d’Aquino (Angelicum-Roma). Sua tese de doutorado obteve nota máxima e o reconhecimento de dois prêmios internacionais. Possui também pós-gradução em Estudos Medievais com o Diplôme Européen d’Études Médiévales (DEEM-FIDEM). É editor da revista Lumen Veritatis, tradutor e professor no Instituto Filosófico Aristotélico-Tomista. Publicou mais de uma centena de textos em revistas no Brasil e no exterior.

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