Aula 09 (83-89) – Nossa Senhora medianeira junto de Jesus Cristo
18 de setembro de 2024
|By Rafael Lura
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Se Jesus Cristo é Mediador entre Deus e os homens, qual o papel de Nossa Senhora? Temos necessidade de uma medianeira junto do próprio medianeiro que é Jesus Cristo? Será tão grande a nossa pureza que possamos unir-nos diretamente a Ele, e por nós mesmos? Como Maria Santíssima nos auxilia a conservar as graças e os tesouros recebidos de Deus? Estas e outras indagações são respondidas nesta aula ao tratar da quarta e da quinta verdades fundamentais desta devoção.
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Meditações e orações do dia
Vem, ó Espírito Criador, Ave, Estrela do mar
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Vem, ó Espírito Criador,
As almas dos teus visita; Os corações que criaste, Enche de graça infinita. Tu, Paráclito és chamado, Dom do Pai celestial, Fogo, caridade, fonte Viva e unção espiritual. Tu dás septiforme graça; Dedo és da destra paterna; Do Pai, solene promessa, Dás força da voz suprema. Acende a luz para os sentidos, Teu amor no peito acende, Do nosso corpo a fraqueza Com tua força defende. De nós afasta o inimigo. Dá-nos a paz sem demora, Guia-nos, e evitaremos Tudo quanto se deplora. Dá que Deus Pai e seu Filho Por ti nós bem conheçamos, E em ti, Espírito de ambos Em todo tempo creiamos. A Deus Pai se dê a glória E ao Filho ressuscitado, Paráclito e a ti também Com louvor perpetuado. Amém
V. Enviai o vosso espírito, e tudo será criado.
R. E renovareis a face da terra. Oremos: Ó Deus, que instruístes os corações dos vossos fiéis com a luz do Espírito Santo, concedei-nos que no mesmo Espírito conheçamos o que é reto, e gozemos sempre as suas consolações. Por Cristo Nosso Senhor. Amém. voltar ao topo
As almas dos teus visita; Os corações que criaste, Enche de graça infinita. Tu, Paráclito és chamado, Dom do Pai celestial, Fogo, caridade, fonte Viva e unção espiritual. Tu dás septiforme graça; Dedo és da destra paterna; Do Pai, solene promessa, Dás força da voz suprema. Acende a luz para os sentidos, Teu amor no peito acende, Do nosso corpo a fraqueza Com tua força defende. De nós afasta o inimigo. Dá-nos a paz sem demora, Guia-nos, e evitaremos Tudo quanto se deplora. Dá que Deus Pai e seu Filho Por ti nós bem conheçamos, E em ti, Espírito de ambos Em todo tempo creiamos. A Deus Pai se dê a glória E ao Filho ressuscitado, Paráclito e a ti também Com louvor perpetuado. Amém
V. Enviai o vosso espírito, e tudo será criado.
R. E renovareis a face da terra. Oremos: Ó Deus, que instruístes os corações dos vossos fiéis com a luz do Espírito Santo, concedei-nos que no mesmo Espírito conheçamos o que é reto, e gozemos sempre as suas consolações. Por Cristo Nosso Senhor. Amém. voltar ao topo
Ave do mar Estrela,
De Deus Mãe bela,
Sempre Virgem, da morada
Celeste feliz entrada.
Ó tu que ouviste da boca
Do anjo a saudação;
Dá-nos paz e quietação;
E o nome de Eva troca.
As prisões aos réus desata.
E a nós cegos alumia;
De tudo que nos maltrata
Nos livra, o bem nos granjeia.
Ostenta que és Mãe, fazendo
Que os rogos do povo seu
Ouça aquele que, nascendo
Por nós, quis ser Filho teu.
Ó Virgem especiosa,
Toda cheia de ternura,
Extintos nossos pecados,
Dá-nos pureza e brandura.
Dá-nos uma vida pura,
Põe-nos em via segura,
Para que a Jesus gozemos,
E sempre nos alegremos.
A Deus Pai veneremos,
A Jesus Cristo também,
E ao Espírito Santo, demos
Aos três um louvor.
Amém
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Para a aula de hoje leia os pontos do Tratado (83-89) clicando aqui. Ou no texto abaixo.
Artigo IV
Temos necessidade de um medianeiro junto do próprio medianeiro que é Jesus Cristo
83. Quarta verdade. – É muito mais perfeito, porque é mais humilde, tomar um medianeiro
para nos aproximarmos de Deus. Se nos apoiarmos sobre nossos próprios trabalhos,
habilidade e preparações, para chegar a Deus e agradar-lhe, é certo que todas as nossas
obras de justiça ficarão manchadas e peso insignificante terão junto de Deus, para movê-lo
a unir-se a nós e nos atender, pois, como acabo de demonstrar, nosso íntimo é
extremamente corrupto. E não foi sem razão que ele nos deu medianeiros junto de sua
majestade. Viu nossa iniqüidade e incapacidade, apiedou-se de nós, e, para dar-nos acesso
às suas misericórdias, proporcionou-nos intercessores poderosos junto de sua grandeza; de
sorte que negligenciar esses medianeiros e aproximar-se diretamente de sua santidade sem
outra recomendação é faltar ao respeito a um Deus tão alto e tão santo; é menosprezar este
Rei dos reis, como não se faria a um rei ou príncipe da terra, do qual ninguém se
aproximaria sem a recomendação de um amigo.
84. Nosso Senhor é nosso advogado e medianeiro de redenção junto de Deus Pai; é por
intermédio dele que devemos rezar com toda a Igreja triunfante e militante; é por
intermédio dele que obtemos acesso junto de sua majestade, em cuja presença não devemos
jamais aparecer, a não ser amparados e revestidos dos méritos de Jesus Cristo, como Jacob
revestindo-se da pele de cabrito para receber a bênção de seu pai Isaac.
* * *
85. Mas temos necessidade de um medianeiro junto do próprio medianeiro? Será a nossa
pureza suficiente para que nos permita unir-nos diretamente a ele, e por nós mesmos? Não é
ele Deus, em tudo igual ao Pai, e, por conseguinte, o Santo dos santos, digno de tanto
respeito como seu Pai? Se ele, por sua caridade infinita, se constituiu nosso penhor e
medianeiro junto de Deus seu Pai, para aplacá-lo e pagar-lhe o que lhe devíamos, quer isto
dizer que lhe devemos menos respeito e tomar por sua majestade e santidade?
Digamos, pois, ousadamente, com São Bernardo, que temos necessidade de um
medianeiro junto do Medianeiro por excelência, e que Maria Santíssima é a única capaz de
exercer esta função admirável. Por ela Jesus Cristo veio a nós, e por ela devemos ir a ele.
Se receamos ir diretamente a Jesus Cristo Deus, em vista da sua grandeza infinita, ou por
causa de nossa baixeza, ou, ainda, devido aos nossos pecados, imploremos afoitamente o
auxílio e intercessão de Maria nossa Mãe; ela é boa e terna; nela não há severidade nem
repulsa, tudo nela é sublime e brilhante contemplando-a, vemos nossa pura natureza. Ela
não é o sol, que, pela força de seus raios, nos poderia deslumbrar em nossa fraqueza, mas é
bela e suave como a lua (Cant 6, 9), que recebe a luz do sol e a tempera para que possamos
suportá-la. É tão caridosa que a ninguém repele, que implore sua intercessão, ainda que seja
um pecador; pois, como dizem os santos, nunca se ouviu dizer, desde que o mundo é
mundo, que alguém que tenha recorrido à Santíssima Virgem, com confiança e
perseverança, tenha sido desamparado ou repelido. Ela é tão poderosa que jamais foi
desatendida em seus pedidos; basta-lhe apresentar-se diante de seu Filho para pedir-lhe
algo, e ele só ouve o pedido para logo conceder-lhe o que ela pede; é sempre amorosamente
vencido pelo seios, pelas entranhas e pelas preces de sua querida Mãe.
86. Tudo isto é tirado de São Bernardo e de São Boaventura. De acordo com suas palavras,
temos três degraus a subir para chegar a Deus: o primeiro, mais próximo de nós e mais
conforme à nossa capacidade, é Maria; o segundo é Jesus Cristo; e o terceiro é Deus Pai.
Para ir a Jesus é preciso ir a Maria, pois ela é a medianeira de intercessão. Para chegar ao
Pai eterno é preciso ir a Jesus, que é nosso medianeiro de redenção. Ora, pela devoção que
preconizo, mais adiante, é esta a ordem perfeitamente observada.
Artigo V
É muito difícil para nós conservar as graças e tesouros recebidos de Deus
87. Quinta verdade. – É extremamente difícil, devido à nossa fraqueza e fragilidade,
conservarmos em nós as graças e os tesouros que recebemos de Deus:
1º Porque este tesouro, mais valioso que o céu e a terra, nós os guardamos em vasos
frágeis: “Habemus thesaurum istum in vasis fictilibus” (2Cor 4, 7); em um corpo
corruptível, em uma alma fraca e inconstante que um nada perturba e abate.
88. 2º porque os demônios, que são ladrões finórios, buscam surpreender-nos de improviso
para nos roubar e despojar; espreitam dia e noite o momento favorável a seu desígnio;
andam incessantemente ao redor de nós, prontos a devorar-nos (cf 1Ped 5, 8) e, pelo
pecado, arrebatar-nos, num momento, tudo que em longos anos conseguimos alcançar de
graças e méritos. E tanto mais devemos temer esta desgraça, sabendo quão incomparável é
sua malícia, sua experiência, suas astúcias e seu número. Pessoas tem havido muito mais
cheias de graças do que nós, mais ricas em virtudes, mais experientes, mais elevadas em
santidade, que foram surpreendidas, roubadas, saqueadas lamentavelmente. Ah! quantos
cedros do Líbano, quantas estrelas do firmamento se têm visto cair miseravelmente,
perdendo em pouco tempo toda a sua altivez e claridade. A que atribuir tão estranha
mudança? Não foi falta de graça, pois a graça não falta a ninguém; foi falta de humildade.
Essas pessoas acreditavam-se mais fortes e suficientes do que o eram na realidade;
julgavam-se capazes de guardar seus tesouros; fiaram-se e apoiaram-se em si próprias;
creram sua casa bastante segura e bem fortes os seus cofres para guardar o precioso tesouro
da graça, e, devido a essa segurança imperceptível que tinham em si (conquanto lhes
parecesse que se apoiavam na graça de Deus), é que o justíssimo Senhor, abandonando-as
às próprias forças, permitiu que fossem roubadas. Ah! se tivessem conhecido a devoção
admirável que vou expor, em seguida, teriam confiado seu tesouro à Virgem poderosa e
fiel, que o teria guardado como seu próprio bem, fazendo mesmo, disso, um dever de
justiça.
89. 3º É difícil perseverar na justiça, por causa da corrupção do mundo. O mundo está,
atualmente, tão corrompido, que é quase necessário que os corações religiosos sejam
manchados, se não pela lama, ao menos pela poeira dessa corrupção; de modo que se pode
considerar um milagre o fato de uma pessoa manter-se firme no meio dessa torrente
impetuosa sem que o turbilhão a arraste; no meio desse mar tempestuoso sem que o furor
das ondas a submerja ou a pilhem os piratas e corsários no meio desse ar empestado sem
que os miasmas a contaminem. É a Virgem, a única fiel, na qual a serpente não teve parte
jamais, que faz este milagre em favor daqueles e daquelas que a servem da mais bela
maneira.
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